sábado, 28 de agosto de 2010

Impressiona-me se for capaz...

Banhistas na Grenouillière (fr: Bain à la Grenouillère) é um célebre óleo sobre tela do impressionista francês Claude-Oscar Monet, datado do Verão de 1869, em sua estadia em Bougival.

A história do quadro:



"No Verão de 1869, Monet e a sua esposa e filho fixaram-se no local, perto de La Grenouillère. Trabalhando lado a lado com Pierre-Auguste Renoir, Monet pintou preferencialmente este tipo de cenas pouco quotidianas, mas muito populares na sociedade parisiense.  O tema principal da pintura são os banhistas no Sena, em Bougival.

Entretanto, Monet fez também referência a outros elementos. Esta pintura reflete o gosto popular pelos passeios de barco e pelos banhos de rio e faz elegante referência aos conhecidos cafés-fluviais do rio Sena. Todavia, a cena representada passa-se, não em Paris mas sim nos seus arredores, mais precisamente em Bougival, local muito popular entre os impressionistas da França e muito retratado pelos mesmos.

Monet, anos antes de 1869, foi aluno de Eugène Boudin, quem o aconselhou na pintura fora do atelier. Certo dia, Boudin referiu que a pintura ao ar livre, sem paredes por perto, nos dava uma liberdade estupenda e, enquanto num atelier o pintor tem tendência a modificar ecleticamente as suas obras, de forma a que estas se tornem mais prudentes e prodigiosas entre a sociedade, na pintura ao ar livre o pintor ganha liberdade e não faz senão aquilo que vê na sua frente, perante os seus olhos. Monet começou a seguir este conselho e começou a pintar fora do atelier. A partir daí, a sua obra aparece magnânima e revitalizada, fresca e pintada diretamente sem detalhes substanciais que faria se pintasse num atelier. Este quadro, porém, vai ainda mais além disso e, tal somente se consegue na perfeição em telas de grandes tamanhos. A tela tem a medida de 74.6 × 99.7 cm.

Esta é sem dúvida uma das melhores e mais excepcionais obras de Claude Monet e há que fazer ainda referência à exímia paleta de cores e a um particular interessante: mediante a longividade do elemento pintado, maior é a sua distorção, ou seja, enquanto nos barcos atracados na margem do Sena são visíveis até alguns pormenores e o cascos tem-se detalhados, as pessoas que passam na ponte e, a melhor exemplo, as árvores e os banhistas no fundo da composição, surgem quase deformados, distorcidos, sem o mínimo detalhe.

As cores da água e os efeitos luminosos nesta tela foram por Monet excelentemente retratados, o que mostra a sua extrema maturidade e experiência a nível da cor e o seu conhecimento sobre esta. É por estes fatos que Claude Monet é considerado o melhor dos impressionistas, e nem o seu antigo mestre, Boudin, conseguiu ir tão longe no estudo dos elementos da pintura."

A obra faz parte do movimento impressionista, um dos meus favoritos por se aproximar muitíssimo da ideia de fotografia. E seus seguidores não o fizeram inadvertidamente já que tudo surgiu num estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.

As características das obras são a de se registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam e os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.

As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser óptica. A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

Mais um motivo pra eu gostar muitíssimo do movimento é o fato de terem revolucionado o estilo de pintura no século XX.